Digitador e revisor da Câmara de Juazeiro ganham acima de R$ 15 mil; MP investiga o caso
Mumbai
Foto: Serena Morais
Um aumento na folha de pagamento dos servidores públicos da Câmara de
Juazeiro do Norte é investigado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) desde
julho de 2018. O órgão constatou que alguns funcionários da casa ganham, por
mês, valores bem acima do piso salarial da categoria. Há salários com valores
até 15 vezes maiores que a remuneração média do cargo. A informação é da Rede
Jangadeiro FM.
Um digitador da Casa, por exemplo, chega a ganhar R$ 15.614 por mês,
enquanto que a legislação determina um salário de até R$ 1.013. O valor é 15
vezes maior que remuneração média da categoria.
Outro cargo que também registrou valor acima da média foi o de revisor
de texto, com salários de R$ 20 mil. O salário base deste profissional é de R$
2.172.
O MPCE garante que tem investigado caso a caso, mas não pode confirmar
se esses funcionários tinham frequência regular no posto de trabalho, afirma o
promotor do órgão, Saul Cardoso.
“De fato, houve a criação de um plano de cargos lá da Câmara e houve
também um aumento substancial nos pagamentos dessas remunerações. É isso que a
gente está apurando, a questão da legalidade, pra ver se, de fato, é legal ou
não esses pagamentos. São servidores concursados, óbvio, mas a gente tem que
ver também a questão da assiduidade. Aí é um ponto que a gente também está
investigando”, explicou o promotor.
As investigações tiveram início após denúncia em um blog de Juazeiro do
Norte. Apesar das apurações do caso durarem mais de oito meses, até o momento
ninguém foi afastado do cargo.
“Esse procedimento ainda não teve nenhuma intervenção feita, a gente
está instruindo para, no momento oportuno, tomar as providências”, revelou Saul
Cardoso.
A reportagem tentou contato com o presidente da Câmara Legislativa de
Juazeiro do Norte, o vereador Darlan Lobo (MDB), para comentar o assunto, mas
as ligações não foram atendidas. O MPCE não divulgou a quantidade de
funcionários da casa com salários exorbitantes e bem acima do piso da
categoria. O órgão informou que não é possível repassar mais detalhes pois as
investigações correm em sigilo.
Tribuna do Ceará
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