Foto: Dado Ruvic/Reuters
Após pedir ao Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ) a
restrição de funções do WhatsApp ou até mesmo a suspensão total da ferramenta
em todo o país a partir do próximo sábado, o PSOL voltou atrás. O partido não
fala mais em suspender o aplicativo até a votação do segundo turno. Em nova
manifestação enviada à Corte, o PSOL pede agora que o TSE adote as medidas que
entender necessárias para coibir abusos na eleição, como por exemplo a
aplicação de multa. A palavra "suspensão" sumiu do texto. A justificativa
da legenda é que o Whatsapp está sendo usado na disseminação de notícias falsas
por meio do aplicativo de mensagens.
"Desde o início das eleições essa Corte já tinha
manifestado a preocupação com as chamadas fake news. Apesar da inicial
preocupação, a verificação às vésperas do segundo turno de votações é que as
notícias falsas não foram controladas, seja pelo TSE, seja pelo aplicativo de
mensagens. As notícias falsas, difamatórias, mentirosas e de ódio grassaram
país à fora numa quantidade incalculável e ajudaram a definir opções de voto e
manifestações de apoio a determinados candidatos", diz a representação do
PSOL.
O partido argumenta ainda que é "necessária e urgente
a adoção de medidas para a manutenção da legitimidade do pleito", e, para
isso, cita uma sugestão feita pela Agência Lupa, UFMG e USP ao WhatsApp, que
poderia ser imposta pelo TSE:
"Restrição de encaminhamentos: no início deste ano,
depois da disseminação de rumores que foram compartilhados via WhatsApp e que
provocaram linchamentos na Índia, a empresa estabeleceu restrições no número de
vezes que uma mesma mensagem pode ser encaminhada. Globalmente, fixou em 20. Na
Índia, reduziu para cinco. Acreditamos que o WhatsApp deve adotar
temporariamente a mesma medida no Brasil".
Restrição de transmissões: o WhatsApp permite que qualquer
usuário envie uma mesma mensagem para até 256 contatos de uma só vez, via lista
de transmissão. Isso significa que um pequeno grupo coordenado pode facilmente
orquestrar uma grande campanha de desinformação usando o aplicativo. Ao limitar
o número de pessoas que podem ser atingidas por uma transmissão, o WhatsApp
pode impedir que isso aconteça.
Limitar o tamanho de novos grupos: Novos grupos criados no
Brasil nas próximas semanas devem ter um número máximo de usuários. Essa medida
não afetaria os grupos já existentes".
Na primeira representação, o PSOL também dizia que, caso o tribunal
achasse que a medida seria insuficiente, fosse "suspenso o aplicativo em
todo o território nacional a partir de sábado, dia 20/10/18, até o fim das
eleições". A Agência Lupa destaca que é contra qualquer tipo de suspensão
do aplicativo e que jamais foi procurada pelo PSOL.
No novo pedido apresentado à Corte, requer apenas que, caso
a medida não seja suficiente, "sejam aplicadas as medidas acautelatórias
que V. Excia (ministra Rosa Weber, presidente do TSE) entenda necessárias a
coibir eventuais abusos e a influenciação do pleito, como a aplicação de
multa."
Fonte: O Globo
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