A oferta da vacina contra a meningite meningocócica C (conjugada) foi ampliada
até julho de 2023 para crianças de cinco a dez anos, 11 meses e 29 dias – que
ainda não foram vacinadas – e trabalhadores da saúde. No Ceará, as doses estão
disponíveis em todos os municípios, nas unidades básicas, vinculadas à atenção
primária.
De acordo com a articuladora da Célula de Imunização da Secretaria de Saúde do
Ceará (Sesa), Ana Karine Borges, a meningocócica C faz parte do calendário
nacional de vacinação infantil desde 2010. “Ela é ofertada como rotina com um
esquema de duas doses: uma aos três e outra aos cinco meses, além de um reforço
com um ano de idade”, explica.
No entanto, em 2022, considerando os estoques da rede nacional, o Ministério da
Saúde optou por estender, temporariamente, a indicação para crianças de cinco a
dez anos e profissionais da saúde. “A medida tem como objetivo proteger esses
grupos, além de otimizar o uso dos imunobiológicos, mediante a disponibilidade.
Para essas pessoas, caso não tenham completado o esquema vacinal, é necessário
receber apenas uma dose”, informa Borges.
A distribuição, feita para a Rede de Frio Estadual, corresponde às estimativas
populacionais dos residentes. Ainda de acordo com a especialista, os 184
municípios cearenses estão abastecidos com o imunizante.
Metas
A meta preconizada para esse novo período é de 95%. “A cobertura vacinal da
meningocócica C é avaliada em crianças de um ano, quando completam o esquema
primário e recebem a dose de reforço. Além disso, essa é a faixa etária mais
suscetível ao adoecimento”, pontua Ana Karine Borges.
Segundo dados atualizados até março de 2023, o Ceará apresenta uma cobertura de
84,8% em bebês de 12 meses. Só neste ano, já foram aplicadas mais de 87 mil
doses do imunizante.
Sobre a doença
A vacina meningocócica C previne a meningite causada pela Neisseria
Meningitidis do sorogrupo C. Segundo definição do Guia de Vigilância em Saúde
(Brasil, 2022), trata-se de uma infecção bacteriana aguda. Quando se apresenta
como doença invasiva, caracteriza-se por uma ou mais síndromes clínicas, sendo
a meningite meningocócica a mais frequente delas. A meningococcemia configura o
tipo mais grave.
Na forma mais leve, os principais sintomas em crianças acima de um ano e
adultos são febre, cefaleia, vômitos, rigidez na nuca, convulsões e/ou manchas
vermelhas no corpo. Já nos casos de meningococcemia, é comum o surgimento de
manchas vermelhas na pele e erupções, além de sinais e sintomas inespecíficos
(sugestivos de sepse), como hipotensão, diarreia, dor abdominal, dor em membros
inferiores e mialgia.
Outro sintoma importante é o rebaixamento do sensório – um estado de vigília
com baixa consciência em relação ao ambiente. Normalmente, os pacientes nesse
estado não conseguem se mover ou se comunicar, apresentando alterações
cíclicas.
Em crianças abaixo de um ano de idade, os sintomas clássicos podem não ser tão
evidentes. Por isso, é importante considerar sinais como irritabilidade e choro
persistente, além do abaixamento de fontanela, conhecida popularmente como
moleira.
Ascom
SESA
Meningocócica C: vacina tem oferta ampliada até julho para crianças de cinco a dez anos e trabalhadores da saúde
Foto:
Fábio Marchetto / SES-MG
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