O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio da
1ª Promotoria de Justiça Cível de Juazeiro do Norte e da 3ª Promotoria de
Justiça Criminal de Juazeiro do Norte, e a Polícia Civil do Estado do Ceará
prenderam em flagrante, no fim da tarde de terça-feira (09/10), uma pessoa que
estava mantendo uma mulher venezuelana em situação análoga à escravidão em
Juazeiro do Norte. De acordo com a investigação, a vítima era mantida há três
meses sem receber salário e sem acesso adequado a banheiro e alimentação. Além
disso, ela era impedida de fazer contato com familiares e vizinhos, sendo
ameaçada de deportação.
A venezuelana veio para o Ceará a trabalho intermediado
pela Organização Não Governamental (ONG) Fraternidade sem Fronteiras. Ela havia
sido contratada para a função de serviços domésticos para receber remuneração
correspondente a um salário mínimo, além de moradia e alimentação. Ela está
regular no Brasil, tem autorização da Polícia Federal, carteira de trabalho
brasileira, Cadastro de Pessoa Física (CPF), cartão do Sistema Único de Saúde
(SUS) e carteira de vacinação.
Segundo a promotora de Justiça Alessandra Magda Ribeiro
Monteiro, o Serviço Social da Prefeitura de Juazeiro do Norte foi acionado e a
venezuelana já está abrigada e sob proteção. O retorno dela aos familiares em
Boa Vista, em Roraima, também está sendo providenciado. Conforme a
representante do MPCE, estão sendo acionados o Ministério Público do Estado de
Roraima e a ONG, por intermédio do Centro de Apoio Operacional da Cidadania
(CAOCidadania), porque é possível que outros venezuelanos estejam na mesma
condição. Em resposta, a direção da ONG já informou à Promotoria que está
ciente da situação e que estão sendo tomadas todas as medidas necessárias para,
em segurança, encaminhar a venezuelana para Boa Vista a fim de que seja
acolhida por representantes da ONG ou assistentes sociais.
MPCE
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