Governo Federal anuncia auxílio mensal de R$ 200 a autônomos durante a crise do coronavírus
Mumbai
Ahmedabad
Paulo
Guedes anuncia ajuda de R$ 200 a trabalhadores autônomos e informais durante 3
meses. – Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou nesta
quarta-feira (18) um auxílio mensal de R$ 200 a profissionais autônomos durante
a crise do coronavírus. A medida busca garantir renda àqueles trabalhadores que
não têm rendimentos fixos e, em geral, também não contribuem para a
previdência.
“O povo sai da rua, não tem ninguém mais tomando táxi? O
chofer de táxi pode passar na Caixa Econômica Federal, ou no [posto do INSS]
mais próximo, ou virtualmente”, afirmou Guedes.
A medida, segundo o ministro, está dentro de um pacote de
R$ 15 bilhões voltado para "populações desassistidas". Para que esse
dinheiro seja liberado, Guedes diz que o Congresso Nacional precisa reconhecer
o estado de calamidade pública no país.
O pedido foi anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta
terça (17) e enviado ao Congresso nesta quarta. Os presidentes da Câmara e do
Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), já disseram que
apoiam a medida e que devem acelerar a aprovação nos plenários.
Paulo Guedes explicou que, se a calamidade for reconhecida,
o governo pode ampliar o gasto público com o enfrentamento ao coronavírus sem o
risco de punição pelo descumprimento da meta fiscal definida na lei.
A ideia é que esses R$ 15 bilhões sejam empregados nos
próximos três meses. O Ministério da Economia informou:
que o auxílio emergencial mensal será de R$ 200;
que uma medida provisória (MP) vai definir as regras para
seleção do público beneficiado;
que a medida deve beneficiar de 15 a 20 milhões de pessoas;
que receberão o auxílio trabalhadores informais ou
desempregados, com mais de 18 anos, que estejam em família de baixa renda pelos
critérios do Cadastro Único (CadÚnico);
que os titulares de pessoas jurídicas (Micro Empreendedor
Individual, ou MEI) que se enquadrem nos critérios do CadÚnico também serão
incluídos;
que o impacto nas contas públicas será de R$ 5 bilhões
mensais, e que o dinheiro virá dos cofres da União;
que o benefício vai durar até o fim da emergência do
coronavírus;
que o auxílio não poderá ser acumulado com benefício
previdenciário, Benefício de Prestação Continuada (BPC), Bolsa Família ou
seguro-desemprego;
e que o benefício deixará de ser pago se a pessoa for
contratada em regime CLT ou se a renda familiar ultrapassar o limite do
CadÚnico em algum momento.
Guedes informou que o dinheiro também vai ajudar
"essas pessoas que estão hoje desassistidas, estão no Cadastro Único [para
Programas Sociais]", mas que não recebem Bolsa Família nem Benefício de
Prestação Continuada (BPC).
"Isso assegura manutenção de quem está sendo vitima do
impacto econômico. Não recebem nada de ninguém, é uma turma valente
sobrevivendo sem ajuda do Estado e são atingidos agora. Precisam ter recursos
para a manutenção básica. Serão 5 bilhões por mês, por três meses, R$ 15
bilhões [ao todo]", declarou.
Risco de bloqueio
Segundo ele, sem a aprovação do reconhecimento do estado de
emergência, a área econômica terá de levar adiante um bloqueio de gastos
orçamentários de cerca de R$ 40 bilhões nos próximos dias.
Isso, em um momento que exige estratégia contrária para
combater os efeitos do coronavírus – ou seja, elevação dos gastos.
“Mostramos que haveria um contingenciamento de quase R$ 40
bilhões, em um momento que a economia precisa de um esforço contracíclico.
Teríamos de agudizar a crise contingenciando [bloqueando] R$ 40 bilhões. Não é
razoável”, declarou o ministro.
Mais medidas
Paulo Guedes afirmou ainda que a equipe econômica
continuará anunciando medidas a cada 48 horas para combater os efeitos da
desaceleração econômica, acentuada pela pandemia do coronavírus.
Segundo ele, o governo vai renegociar as dívidas de
empresas aéreas, em dificuldades por conta da suspensão de voos.
“Estamos vendo também como auxiliar uma parcela [das
empresas], com o Estado bancando para as micro e pequenas empresas, só os
pequenos, uma parte do salário. Tudo isso vai ser anunciado”, concluiu o
ministro.
Fonte:
Globo.com
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