População de Granjeiro pede justiça pois teme que assassinato do prefeito seja "esquecido"
Mumbai
Ahmedabad
A
população de Granjeiro saiu em caminhada até o Fórum de Caririaçu pedindo
justiça. – Foto: Redes sociais
Prestes a completar dois meses, o assassinato do prefeito
de Granjeiro (a 478Km de Fortaleza), João Gregório Neto, o “João do Povo”,
começa a ser “esquecido” pelas autoridades. A família da vítima, seus amigos,
correligionários e a população daquela cidade ainda clamam por justiça. O caso
continua sendo investigado sob sigilo, muito embora as autoridades já tenham
concluído que o crime teve motivação política.
O fechamento das investigações deverá indicar, ao menos,
oito pessoas, entre aquelas que agiram diretamente ou indiretamente no crime,
incluindo mandantes, executores, intermediários e cúmplices da trama criminosa.
Entre as pistas que estão sendo colocadas nos autos há degravações de diálogos
comprometedores descobertos com a quebra de sigilo telefônico dos suspeitos
autorizado pela Justiça a pedido da Polícia Judiciária (Civil).
Um dois principais suspeitos do crime cumpre medida
judicial cautelar, através do uso de tornozeleira eletrônica. Trata-se do
ex-prefeito e pai do atual prefeito de Granjeiro, Vicente Félix de Sousa, o
“Vicente Tomé”, principal adversário político e inimigo pessoal da vítima. Ele
nega participação na morte de “João do Povo”, mas a Polícia afirma ter provas.
Sem repostas, a população de Granjeiro, os amigos e
familiares de João Gregório temem que o caso seja “esquecido” pelas
autoridades. Uma força-tarefa montada pela Polícia Civil, com delegados,
escrivães e inspetores, além de peritos, trabalha em silêncio para concluir o
inquérito com o indiciamento dos suspeitos e pedidos de prisão preventiva para
todos.
O crime
João Gregório Neto, prefeito de Granjeiro, 52 anos de
idade, foi assassinado na manhã do dia 24 de dezembro (véspera de Natal), quando
fazia sua caminhada matinal. Pistoleiros montaram uma emboscada e mataram o
gestor com tiros nas costas e na cabeça. O prefeito teve morte instantânea. Os
assassinos foram vistos fugindo do local em um carro que foi filmado por
câmeras de rua.
Veja
quem são os suspeitos do crime:
1 - Vicente Félix de Sousa, o “Vicente Tomé” –
ex-prefeito de Granjeiro, pai do atual prefeito, Ticiano Tomé, ex-aliado e
depois opositor ferrenho e inimigo pessoal da vítima. Em sua casa a Polícia
apreendeu uma caminhonete filmada no local do crime. Cumpre medida cautelar
determinada pela Justiça, usando uma tornozeleira eletrônica.
2 - Ticiano da Fonseca Félix, o “Ticiano Tomé” – Era o
vice-prefeito do Município e assumiu o cargo com a morte de João Gregório. De
aliado político, tornou-se opositor e inimigo pessoas da vítima. Denunciou João
Gregório por uma suposta fraude na licitação para a compra de material escolar
para as escolas municipais de Granjeiro. A Polícia Civil pediu a sua prisão
preventiva, mas a Justiça negou.
3 - Carlos Alberto Ferreira Cavalcanti – preso na cidade
de Teresina, no Piauí, na semana passada, após uma troca de tiros com policiais
do Ceará e do Piauí. Foi flagrado nas ruas da capital piauiense dirigindo o
veículo Polo cinza, placas QQW-9591, inscrição de Belo Horizonte (MG). O carro
havia sido roubado e foi usado no apoio a fuga dos pistoleiros, sendo filmado.
4 - Rondinere Francino de Andrade – comerciante preso na
cidade de Timon, no Maranhão. É dono de uma revenda de veículos naquele
município e no seu estabelecimento foi localizado o carro (Polo) usado pelos
pistoleiros. Como o veículo era roubado, foi preso e autuado em flagrante por
crime de receptação.
5 - Suspeito de nome não revelado – seria um policial
militar do estado de Pernambuco, apontado como um dos pistoleiros. Teve prisão
preventiva decretada pela Justiça a pedido da Polícia do Ceará. Teria fugido
para o Município de Exu (PE) após o crime. Está sendo procurado.
6 - Suspeito de nome não revelado – Detido na cidade de
Granjeiro suspeito de tentar dificultar a coleta de provas no local do crime.
Teria alterado a posição das câmeras que teriam filmado o assassinato.
7 – Raimundo Duclieux de Freitas, o “Doutor Gudy”,
candidato derrotado nas urnas pela vítima. Fazia oposição ferrenha a João
Gregório e o ameaçou através de um áudio que agora circula nas redes sociais.
8 – Carlos César Gonçalo de Freitas – foragido da Justiça
do Ceará, capturado na cidade de Barreirinha, no interior do Maranhão. Suspeito
de ser um dos pistoleiros. Bandido era foragido da Penitenciária Industrial
Regional do Cariri (PIRC), em Juazeiro do Norte, e também envolvido no tráfico
de drogas.
Com
informações do jornalista Fernando Ribeiro
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Cariri
